CAFÉPOEMA
Todo brasileiro gosta de tomar um cafezinho! Que tal ler um poema, inclusive junto com seus amigos e tomando o delicioso cafezinho brasileiro? Pode ser na sua casa, na sua empresa, no barzinho, no restaurante, numa festa... O café e a poesia cabem em qualquer lugar. Inclui vários poemas retirados de minhas publicações.
quinta-feira, 8 de setembro de 2011EU, ELA E A JANELA
Não posso mais dizer
que é uma janela.
Creio que o brilho
cristalino de seu vidro,
seja o fogo devorador
de seus olhos inquietos,
cujas labaredas atravessam
minha alma e consomem
meus dias como um sol
abrasador sobre um
deserto...
porém, quando atravessa
a janela, o seu olhar
se abre como um oásis
onde me deito e durmo,
onde construo esperanças,
como um menino brinca
com pingos molhados de
areia à beira mar e
constrói castelos e fortificações.
O seu modo de me ver
atravessa os cais noturnos
das praias românticas e
une os corações dos amantes
que se misturam como as
nuvens se transpassam no
céu, ou como as pétalas
ornamentam as flores,
sem que ninguém as ensinasse
a tecer ou a florir.
Os arcos de suas sobrancelhas
se abrem como arco-íris
no fim da tarde,
e são túneis secretos, porém
permanecem no silêncio das
horas, enquanto meu olhar
discreto tenta penetrar em
seus segredos e desvendar
seus sonhos prediletos.
Que força estranha é esta
que nos mistura no brilho
da janela?
Que posso fazer ante sua
formosura, ante seu corpo
esguio, seu andar tão terno?
Poderia dizer-lhe que ela é
mais bela que todas as belas?
Poderia dizer que por causa
dela, eu amo todas as janelas
deste mundo?
Ou poderia ir mais fundo e dizer
que há muito mais coisa entre eu,
ela e a janela.
Postado por José Luiz Teixeira do Amaral/Adameve El Salem às 15:54 0 comentários Enviar por e-mail
BlogThis!
Compartilhar no Twitter
Compartilhar no Facebook
Compartilhar no orkut
Links para esta postagem
quarta-feira, 7 de setembro de 2011POESIA DO ABSURDO SOCIAL
O ócio é
frágil,
o negócio
é osso.
O troço
seu moço?
o hábil
é o poço!
O poço é
o mundo,
o mundo
o seu fundo.
O fundo é
antigo,
o inimigo
não é novo.
O óbvio
é o ópio
do povo.
Postado por José Luiz Teixeira do Amaral/Adameve El Salem às 06:34 0 comentários Enviar por e-mail
BlogThis!
Compartilhar no Twitter
Compartilhar no Facebook
Compartilhar no orkut
Links para esta postagem
A ARTE DE ESCREVER
O escritor é um coletor/caçador,
pois na sua arte, pratica a segunda
parte do paleolítico,
onde se torna neo, neolítico,
onde ornamenta as aparas, acerta os
desacertos, colhe o que planta,
rega e aduba o que cuida,
não perde a rota do sol,
nem se descuida da lua.
Escrevendo ele ergue sua
primeira comunidade,
organiza o início de sua divisão
de trabalho,
pois no seu ofício separa o conto
da crônica, esta da historiciedade,
e nunca mede o sacrifício de
encantar de beleza e de ternura,
colocando ornamentos sobre a mesa,
emoldurando a literatura, com
o texto, o contexto, da linguagem
mais simples e pura, da linhagem
que não se desgasta, mas depura,
da vestimenta nupcial da poesia.
Postado por José Luiz Teixeira do Amaral/Adameve El Salem às 06:28 0 comentários Enviar por e-mail
BlogThis!
Compartilhar no Twitter
Compartilhar no Facebook
Compartilhar no orkut
Links para esta postagem
sábado, 27 de agosto de 2011VESTE LONGA
Le gusta la danza de las colores?
Este teu vestido rodado,
ganhou dos ventos, as flores.
Os úmidos ventos que sussuram
nos ouvidos dos ninhos,
os sentidos mais profundos
das cores.
Voy a acordarme com ellos,
sorprendido por la lluvia,
sin un impermeable y un paraguas.
Neste teu vestido os interstícios
entremeiam as tonalidades e as
variedades ciganas entre seus bordados.
Voy a terner que acostumbrarme con
ellos sin llorar.
Vestido que me conduz à
minha infância, que me remonta
às danças rodopiantes sob
o aplauso das estrelas,
únicas testemunhas de um
tempo tão belo e distante.
De qué está hablando tu vestido?
Perco-me em buscar minhas
remotas lembranças, esmiuçá-las,
interpretá-las, lê-las, pelas
veredas ondulantes do teu vestido,
compondo uma esfinge de formosura.
Qué hermoso es! Caminé despacio
desde ayer. Me enseña sentimientos nuevos
con recuerdo antiguo. Tu vestido....
Postado por José Luiz Teixeira do Amaral/Adameve El Salem às 08:21 0 comentários Enviar por e-mail
BlogThis!
Compartilhar no Twitter
Compartilhar no Facebook
Compartilhar no orkut
Links para esta postagem
PURA INTENÇÃO
Yo tengo en mi corazón
la raza de mi pueblo.
No dia em que escrever
umas palavras de amor
para você,
não escreverei às pressas,
pois desejo que elas
cheguem devagarzinho,
saltitando nas pontas
dos pés,
cobertas de pólens
esvoaçantes.
Solamente es posible
ver y oir desde alli.
Escreverei por email
e tocarei no enter,
como se toca uma
canção num bandolim,
meus dedos apenas
dançarão sobre as
teclas, repetindo a
cadência das danças
andaluzianas e das
guitarras de cipreste.
Los amantes conocen
muy temprano las escaleras
y las huellas.
Não serão palavras
costumeiras, como estas
andantes pelas esquinas
e bancas de revistas ou
pontos de ônibus.
Ellas serán como la
naturaleza cuando se pone
verde abajo su gran
panorama.
Pertencem a um idioma
resguardado,
a uma lingua antiga,
aprendida a sete chaves,
num cofre de outrora.
Quién está escribiendo?
Não falarei que te amo,
pois já está desgastado
demais,
serão sons ainda não
usados,
serão similares aos
brilhos de seda, aos
segredos dos pergaminhos,
resguardados, comedidos,
depois de longínquos
caminhos.
Es peligroso caminar en el
sol sin sombrero!
Siga adelante señorita.
Poderei encontrar, ao
lê-las, um ramo de jasmim
no bico de um beija-flor.
Quién contesta?
Ao meditar sobre eles,
podereis refletir sobre
as conchas banhadas
de águas marinhas
e sentir o gosto silvestre
dos bosques silenciosos.
Quién aprende a hablar,
leer y a escribir?
Nascerá em ti um
sorriso de diamante
e reconhecerás que
o amor não é erguido
com palavras simples
e desbotadas.
Nem somente de olhares
que se entrelaçam.
Escuchame con atención.
Verás ao lê-las, que
o amor ultrapassa todos
os cais.
Se as escrevi, não poderei
assiná-las.
Jamais! Jamais! Jamais!
Da mesma forma
que uma árvore não
produz os frutos de
outra árvore,
o coração respeita o
que vem da inspiração.
Haga el favor de comenzar.
Puede hacerse entender,
quien hace el papel de viajero.
Postado por José Luiz Teixeira do Amaral/Adameve El Salem às 08:20 0 comentários Enviar por e-mail
BlogThis!
Compartilhar no Twitter
Compartilhar no Facebook
Compartilhar no orkut
Links para esta postagem
PROCURA
Al fin llega la respuesta.
Procurei outras terras
para plantar minhas raízes e
subir em outros espaços.
Por supuesto estaba
muy contento.
Fui abraçar as manhãs
sorridentes,
buscar o murmúrio das
fontes esquecidas,
subir mais uma vez
a montanha,
escalar os montes,
para encontrar além,
muito além,
aquela mesma pergunta
de sempre.
La respuesta debe de
llegar a tiempo.
O que mais importa
é que dei colorido,
àquela voz interna,
que abre as janelas
para o infinito.
Qué se oye por
la ventana?
He soñado com esto.
Postado por José Luiz Teixeira do Amaral/Adameve El Salem às 08:19 0 comentários Enviar por e-mail
BlogThis!
Compartilhar no Twitter
Compartilhar no Facebook
Compartilhar no orkut
Links para esta postagem
segunda-feira, 22 de agosto de 2011PRA SEMPRE
Seus olhos são lindos, lindos,
muito mais que as noites de luar,
atravessam as paisagens e os
contornos de suas sobrancelhas,
são como as trilhas sinuosas
que brincam de passear
sobre as brumas e suas miragens.
Seu sorriso tem o sabor
de todas as estações,
ah! quem me dera deixá-lo
levar para sempre no coração
e contemplá-lo no infinito,
como um menino encantado
com os pássaros deslizando
nos céus das primaveras.
Ah! se pudesse embalá-lo
na minha dança poética,
deixá-lo dormir um sono
tranquilo...
Além daquela vidraça,
há um espelho por dentro
cheio de mistérios e encanto,
além daquela vidraça,
o que se passa?
Posso saber que nada sei,
pela antiga filosofia,
mas no revoar de cada noite
e no florescer de cada dia,
eu sei que o belo quando
abraça a arte, ao tocá-lo
de perto, não há como
escondê-lo por dentro,
uma vez que sua presença
resplandece por toda parte.
Postado por José Luiz Teixeira do Amaral/Adameve El Salem às 16:58 1 comentários Enviar por e-mail
BlogThis!
Compartilhar no Twitter
Compartilhar no Facebook
Compartilhar no orkut
Links para esta postagem
domingo, 21 de agosto de 2011CIRANDINHA
Deixar-se levar,
é ir bem devagar.
Ir verdadeiramente
indo, é outra coisa
bem diferente.
Ir é para quem
sabe ficar.
À medida que
se vai,
deixa alguma
coisa vindo.
Postado por José Luiz Teixeira do Amaral/Adameve El Salem às 07:05 0 comentários Enviar por e-mail
BlogThis!
Compartilhar no Twitter
Compartilhar no Facebook
Compartilhar no orkut
Links para esta postagem
ATÉ QUANDO?
A sala de espera
repete o desperdício
das horas.
Cada um que entra
é quase o outro
que sai.
Postado por José Luiz Teixeira do Amaral/Adameve El Salem às 07:01 0 comentários Enviar por e-mail
BlogThis!
Compartilhar no Twitter
Compartilhar no Facebook
Compartilhar no orkut
Links para esta postagem
RESPOSTA NA PONTA DA LINGUA
Em pé, gritava
não sei pra onde,
não sei pra quem,
se pra quem amava
ou se pra quem
se escondia.
O eco só não
respondia:
"cala a boca seu
mané!",
porque o eco
é ecológico.
Postado por José Luiz Teixeira do Amaral/Adameve El Salem às 06:59 0 comentários Enviar por e-mail
BlogThis!
Compartilhar no Twitter
Compartilhar no Facebook
Compartilhar no orkut
Links para esta postagem
SOLIDÃO
Ele vivia tão só.
Tão isolado.
Sozinho.
Um dia,
não tendo
ninguém ao
seu lado,
despediu-se
de si mesmo,
com um
sorriso disfarçado
e partiu calado.
Postado por José Luiz Teixeira do Amaral/Adameve El Salem às 06:56 0 comentários Enviar por e-mail
BlogThis!
Compartilhar no Twitter
Compartilhar no Facebook
Compartilhar no orkut
Links para esta postagem
EXTERNO/INTERNO
Que diferença faz
se as flores voassem
e se os pássaros
florescessem?
Mas não é justamente
isto que eles fazem?
Postado por José Luiz Teixeira do Amaral/Adameve El Salem às 06:53 0 comentários Enviar por e-mail
BlogThis!
Compartilhar no Twitter
Compartilhar no Facebook
Compartilhar no orkut
Links para esta postagem
VIDA DE POEMA
O poema deve
correr veloz
como uma vedete.
Ir de mãos em
mãos, lido, remexido,
no mais popular.
Poema não pode
ser pedra parada
na beira do caminho.
O poema deve
provocar o caminhante.
O poema deve
ter pavio de tungstênio.
Acende, apaga, acende,
apaga, reacende!
Postado por José Luiz Teixeira do Amaral/Adameve El Salem às 06:51 0 comentários Enviar por e-mail
BlogThis!
Compartilhar no Twitter
Compartilhar no Facebook
Compartilhar no orkut
Links para esta postagem
INFÂNCIA RURAL
As casas da vila,
umas às outras
encostadinhas,
de taipá bem
feitinhas,
resguardando
o frio, escondendo
segredos
e os lavando
no rio.
O dique de bambú
encostado nas telhas,
enchiam os cântaros,
quando os céus se
fechavam.
As cercas de pau
a pique,
somente com um
espantalho,
lambendo as poeiras
do caminho,
fazendo saltitar
os passarinhos.
Os cavalos selados,
velozes e treinadinhos,
enquanto muares
com cangalhas,
sendo observados
por velhos sentadinhos
em seus bancos
de peroba.
Lá fora, o matuto
com um cesto
na cabeça,
matutando,
lá dentro, a foto
do finado,
desfigurado,
pelo calor do
fogão de lenha.
Um fole de oito
baixos,
toca distante,
acompanhado pela
rebeca
e um pilão sempre
constante.
O lampião ao lado,
um bodoque no
canto,
meu trator de
carretel.
A lamparina lambendo
meu topete desacordado.
Companheiros!
Acabou-se o encanto!
Postado por José Luiz Teixeira do Amaral/Adameve El Salem às 06:46 0 comentários Enviar por e-mail
BlogThis!
Compartilhar no Twitter
Compartilhar no Facebook
Compartilhar no orkut
Links para esta postagem
MULHERES FRIAS
Mulheres semi nuas,
mulheres vazias,
mulheres frias,
mulheres melões,
mamões ou
melancias.
Mulheres cruas,
estúpidas, vulgares,
térmicas, artificiais,
mulheres?
Jamais!
Perderam o dom
do laço de fita,
do batom, do rouge
e que ainda sobre
algumas linhas
na fronte.
Perderam o
sentido do vestido
longo,
da renda cigana,
Um pouco de
gordurinha
e uma alma gitana.
Esqueceram
seu destino.
Buscam tanto
artifício,
mulheres infladas.
Perderam o
dom do seu ofício.
Postado por José Luiz Teixeira do Amaral/Adameve El Salem às 06:38 0 comentários Enviar por e-mail
BlogThis!
Compartilhar no Twitter
Compartilhar no Facebook
Compartilhar no orkut
Links para esta postagem
OLHAR
O que se
espera de
uma moça e
um cão,
em pé,
à beira do mar?
Que ele
lhe beije a mão?
Que ela
acaricie o cão?
Que ela
jogue um beijo
para o mar?
Que o cão
brinque com
as ondas do mar?
O que vai
além do seu olhar?
Postado por José Luiz Teixeira do Amaral/Adameve El Salem às 06:31 0 comentários Enviar por e-mail
BlogThis!
Compartilhar no Twitter
Compartilhar no Facebook
Compartilhar no orkut
Links para esta postagem
SORRISO SEM GRAÇA
Desde que lhe
colocaram uma
dentadura,
ela também se
fez postiça.
Se antes tão séria,
agora ela ri
até daquilo
que nos machuca.
Antes o vácuo,
mudo, abstrato.
Agora, o superlativo
absoluto, concreto.
Postado por José Luiz Teixeira do Amaral/Adameve El Salem às 06:27 0 comentários Enviar por e-mail
BlogThis!
Compartilhar no Twitter
Compartilhar no Facebook
Compartilhar no orkut
Links para esta postagem
sábado, 20 de agosto de 2011ESCAMAS
São cacos de mim,
caídos em queda
livre de minhas
próprias mãos,
num chão de marfim
que eu mesmo
construí com outros
pedaços de outros
pagos na mesma
moeda.
São traços mas
não são os verdadeiros
significados,
pois são opacos e
embaçados,
mas todos juntos
nas tramas que
o viver costura,
são como escamas,
são frutos da
mesma caesura,
de um corte
profundo,
entre o conviver
neste mundo.
Mas no cair
destes cacos,
algo ficou
no movimento
de emergir,
no escape da
leveza,
é a questão da
presença,
especialmente
presente,
neste aqui e agora,
sem passado e
sem futuro,
o seio de
nossa história.
Postado por José Luiz Teixeira do Amaral/Adameve El Salem às 07:36 0 comentários Enviar por e-mail
BlogThis!
Compartilhar no Twitter
Compartilhar no Facebook
Compartilhar no orkut
Links para esta postagem
domingo, 14 de agosto de 2011MEDITAÇÃO
É bom meditar.
Meditem.
Meditem
antes que
seja tarde.
Quantos disseram;
até amanhã!
E não puderam
ver este quando.
Outros exclamaram:
bom dia!
E não aproveitaram
seu último
dia!
Como aqueles
tão educadamente:
boa noite!
E não amanheceram...
Ou quem disse:
volto logo!
E nunca mais voltou!
Só entende este
pergaminho,
aquele que não
o lê sozinho.
Postado por José Luiz Teixeira do Amaral/Adameve El Salem às 12:14 0 comentários Enviar por e-mail
BlogThis!
Compartilhar no Twitter
Compartilhar no Facebook
Compartilhar no orkut
Links para esta postagem
POESIAS EM CHAMAS
CAMINHO
Descobrindo no inverso,
o seu próprio caminho.
Sem se preocupar com
o diverso, onde esteja
o fim.
Este é o proceder que
não encurta,
não destrança o tricô
do encanto,
reorganiza o caos, faz
da despedida um encontro,
sem ser bobo pela vida,
sem ser tonto,
porque sabe como o rio,
da chuva vinda pela montanha
abaixo,
escrevendo poemas,
falando em outra linguagem,
aquela em que as fadas
dançam, sublimam, embalam,
poemas vêem, perscultam, passeiam,
despranteiam, sondam a energia
primordial, aquela das raízes,
pululam sobre as metáforas,
poemas serão chamas, faróis,
iluminarão com seu luzir
de cores e matizes,
onde queira ancorar em
regatos tranquilos,
as ondas dos mares
tempestuosos,
para encontrar sentido
nos símbolos e procurar
pela melhor resposta,
obedecendo uma rota
circular, tão fácil de
ser encontrada.
Uma questão de saber
fechar o que resta
de espaço,
na geometria de um
sinal de interrogação.
PASTOREIO
Ser filósofo não é desbotar palavras.
Somente resquardá-las.
Mas cuidá-las na fonte primitiva
de onde vieram para tomar
banho de sol.
Ter a calma do guardador de
rebanho deste verbo solar.
Esparzir na natureza a frase
ideal, onde não se espera
de onde veio, nem se sabe
como.
O filósofo apenas encaminha,
apacenta, equaciona a mensagem,
enquanto tange o rebanho da linguagem,
sem manuseá-la ao cansaço,
guiando-a ao aprisco.
- Mas não é que nisto,
o filósofo corre um risco?
Sim, mas ter o cuidado permanente,
de enquanto tocar as cordas,
ser apenas seu intermediário.
A VITRINE
-Quem é mais urso,
o polar ou o de pelúcia?
Atrás daquela vitrine,
existe muita astúcia.
O verdadeiro urso,
hiberna outro urso.
INSPIRAÇÃO
Não faço poesia concreta,
faço poesia.
Não uso a palavra pateta.
Não sou poeta de
palavras cruzadas.
Há quem se diz poeta
e por mais que encha
a forma,
ela se deforma, se
esvazia.
Afastem de mim
este cálice.
Que envenena a palavra
em linha reta,
atacada de hipocondria.
Eu sou filho único
da inspiração.
Quando escrevo, ando
pela via do coração.
INSPIRAÇÃO II
Dêem-me a palavra
passarinho, aquela que
faz seu ninho com ar
de mulher rendeira.
Aquela que bate
por dentro, como
as pedras nos lagos,
fazem ondas por
todos os lados.
INSPIRAÇÃO III
Olho para o céu!
Abro os braços
para a natureza.
Começo a pensar:
quanta beleza!
Vi uma samambaia
silvestre, tão meiga
e frágil, entre dois
meio-fios!
A natureza resiste!
O meu desafio é
vestir o avesso do
avesso,
caminhando nas
águas do mesmo rio.
CONFISSÃO
Sou poeta,
minha obra prima
é erguida com
as migalhas que
caem da mesa
da vida.
Imaginem se fosse
anjo, arcanjo
ou santo?
DESCOBERTA
Mordi a isca do Eterno.
No oceano de suas vibrações,
descobri no âmago do belo,
poemas, cantos, canções.
-Você sabe quem é
que não caiu no anzol?
Aquele que não percebe a festa!
Que só vai à praia para bronzear,
ficar de bunda pra cima
e tomar sol!
Postado por José Luiz Teixeira do Amaral/Adameve El Salem às 06:10 0 comentários Enviar por e-mail
BlogThis!
Compartilhar no Twitter
Compartilhar no Facebook
Compartilhar no orkut
Links para esta postagem
POEMAS ESPARSOS
Recordação
Bata poeta
na caixa de
fósforos,
a música da
tua poesia,
para que os
fósforos acendam
poemas nos
homens comuns.
Olhe poeta
além da tua
janela,
a cor que
brilha o dia,
para que sua
luz ilumine
alegria
em cada um.
VISÕES
Folha que corre
no rio,
mesmo que a
leve o rio,
muda a visão
do rio.
Passos que caminham
mesmo descompassados,
ou que estejam
sozinhos,
ou que se afastem
devagarzinho,
mudam as margens
do caminho.
CÂMBIO
O que fazer
depois de amanhã?
Deixe a cada dia
o labor de
cada dia.
Tudo passa?
Não!
Tudo é eclesiástico.
Tudo é tão dinâmico
ou tão sem sentido,
como correr
atrás dos ventos.
Mas tudo se
entrelaça.
Entrelaça-se o cão
com o dono.
O dono com o cão.
Entrelaça-se o
pai com o filho,
o filho com o pai.
O que fica
é o que vai.
Postado por José Luiz Teixeira do Amaral/Adameve El Salem às 05:43 0 comentários Enviar por e-mail
BlogThis!
Compartilhar no Twitter
Compartilhar no Facebook
Compartilhar no orkut
Links para esta postagem
Postagens mais antigas Início
Assinar: Postagens (Atom) Seguidores
Minha lista de blogs
http://francomacom.blogspot.com/
O VAI E VEM DO RECADO AMOROSO
3 dias atrás http://minipalavra.blogspot.com/
DOAÇÃO FANTASMAGÓRICA - Miniconto 208
6 dias atrás http://joseluizteixeiradoamaral.blogspot.com/
FANTÁSTICO!
1 semana atrás http://adameveelsalem.blogspot.com/
PERDÃO: CURA DE TODOS OS MALES
2 semanas atrás http://shalomelshadai.blogspot.com/
JOSUÉ, O SOL, TORÁH E A CABALÁH
2 semanas atrás http://tronodesalomao.blogspot.com/
Dr. FERNANDO FERRARI NOGUEIRA CAMPOS - O REI DA ESTÉTICA
2 meses atrás http://rabinoyoussef.blogspot.com/
DIRETORA COMETE ASSÉDIO MORAL, MAS É UMA QUESTÃO PSICO-ESPIRITUAL
4 meses atrás Arquivo do blog
▼ 2011 (42)
▼ Setembro (3)
EU, ELA E A JANELA
POESIA DO ABSURDO SOCIAL
A ARTE DE ESCREVER
► Agosto (39)
VESTE LONGA
PURA INTENÇÃO
PROCURA
PRA SEMPRE
CIRANDINHA
ATÉ QUANDO?
RESPOSTA NA PONTA DA LINGUA
SOLIDÃO
EXTERNO/INTERNO
VIDA DE POEMA
INFÂNCIA RURAL
MULHERES FRIAS
OLHAR
SORRISO SEM GRAÇA
ESCAMAS
MEDITAÇÃO
POESIAS EM CHAMAS
POEMAS ESPARSOS
SALA METAFÍSICA
EU e VOCÊ
Bombeiros implodidos
Bombeiros soterrados
Mulheres, somente elas...
Ma vie
Poema a João Paulo II
Minha vida
Rosa de Saron
Amor sem limite
Poeta envia carta poesia aos jovens de todo o plan...
Instante
Domingos Martins.... um poema
Itaguaçu nunca distante
L'Amour
CONVITE POÉTICO
VOCÊ
AMOR QUE CONSOME O CORAÇÃO DE UM HOMEM
NINFA RESSURGE NA AVENIDA
O RETRATO
Quem sou eu
José Luiz Teixeira do Amaral/Adameve El Salem
Escritor, poeta, inspirado pelas luzes dos antigos sábios e ensinamentos sagrados, herdados da Península Ibérica, através dos filhos de Abraão.
Visualizar meu perfil completo
Minha lista de blogs
josé luiz teixeira do amaral. Modelo Simple. Imagens de modelo por PK-Photos. Tecnologia do Blogger.
Nenhum comentário:
Postar um comentário