quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

BRASIL VERSUS JAPÃO



Observando imagens das tragédias ocasionadas por temporais no Brasil e as ocorridas no Japão, acrescentadas por terremotos, tsunamis e comparando as intervenções governamentais em ambos os países, escrevi o poema abaixo:

BRASIL VERSUS JAPÃO

O Brasil não entra em ação.
O Japão? Não!
No Brasil há corrupção.
No Japão,  ninguém põe a mão.

No Brasil não há reconstrução.
No Japão em uma semana, um mes,
vem a solução.

No Brasil, as fotos mostram
por anos a desolação.
No Japão, vemos uma outra
situação.

O Japão não se subjuga ao clima.
Rosas nascem em Hiroshima!

Qual seria o recado?
O Japão fica do outro lado!

domingo, 23 de outubro de 2011

FERNANDO PESSOA PESSOALMENTE


Amavam tanto
a Fernando Pessoa
enquanto tudo
valesse além da
pena,
um encanto,
atráves de um
poema.
Mas no entanto,
anônimos,
enquanto suas
almas se faziam
de pequenas,
não se encontraram
em seus heterônimos.

domingo, 16 de outubro de 2011

RAPINAGEM


A coruja
vigia a noite.
A noite embrulha
a cidade.
A coruja degusta
os restos
que a sociedade
esconde na noite.

sábado, 17 de setembro de 2011

NATURA NATA


Perguntas pelo verde?
Lorca já disse: verde
que te quero ver-te.
Perguntas pelas árvores?
Eu te direi que só vi
pés de alface.
Alface que te quero fácil.
Poesia? Quantos são os
que as fazem!
Faça algumas que ergam
colunas e transformem
o mundo!
Jacó e Drumond tropeçaram
com uma pedra em
seus caminhos.
Há sempre uma pedra
no meio do caminho
do poeta!
Quem é este que está
ao teu lado?
Isto sim! É uma pergunta
que vale a pena
ser feita!
A uma pergunta desta,
vale a pena perguntar:
quem olha para ele
com olhar de festa?

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

EU, ELA E A JANELA


Não posso mais dizer
que é uma janela.
Creio que o brilho
cristalino de seu vidro,
seja o fogo devorador
de seus olhos inquietos,
cujas labaredas atravessam
minha alma e consomem
meus dias como um sol
abrasador sobre um
deserto...
porém, quando atravessa
a janela, o seu olhar
se abre como um oásis
onde me deito e durmo,
onde construo esperanças,
como um menino brinca
com pingos molhados de
areia à beira mar e
constrói castelos e fortificações.
O seu modo de me ver
atravessa os cais noturnos
das praias românticas e
une os corações dos amantes
que se misturam como as
nuvens se transpassam no
céu, ou como as pétalas
ornamentam as flores,
sem que ninguém as ensinasse
a tecer ou a florir.
Os arcos de suas sobrancelhas
se abrem como arco-íris
no fim da tarde,
e são túneis secretos, porém
permanecem no silêncio das
horas, enquanto meu olhar
discreto tenta penetrar em
seus segredos e desvendar
seus sonhos prediletos.
Que força estranha é esta
que nos mistura no brilho
da janela?
Que posso fazer ante sua
formosura, ante seu corpo
esguio, seu andar tão terno?
Poderia dizer-lhe que ela é
mais bela que todas as belas?
Poderia dizer que por causa
dela, eu amo todas as janelas
deste mundo?
Ou poderia ir mais fundo e dizer
que há muito mais coisa entre eu,
ela e a janela.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

POESIA DO ABSURDO SOCIAL


O ócio é
frágil,
o negócio
é osso.
O troço
seu moço?
o hábil
é o poço!
O poço é
o mundo,
o mundo
o seu fundo.
O fundo é
antigo,
o inimigo
não é novo.
O óbvio
é o ópio
do povo.

A ARTE DE ESCREVER


O escritor é um coletor/caçador,
pois na sua arte, pratica a segunda
parte do paleolítico,
onde se torna neo, neolítico,
onde ornamenta as aparas, acerta os
desacertos, colhe o que planta,
rega e aduba o que cuida,
não perde a rota do sol,
nem se descuida da lua.
Escrevendo ele ergue sua
primeira comunidade,
organiza o início de sua divisão
de trabalho,
pois no seu ofício separa o conto
da crônica, esta da historiciedade,
e nunca mede o sacrifício de
encantar de beleza e de ternura,
colocando ornamentos sobre a mesa,
emoldurando a literatura, com
o texto, o contexto, da linguagem
mais simples e pura, da linhagem
que não se desgasta, mas depura,
da vestimenta nupcial da poesia.

sábado, 27 de agosto de 2011

VESTE LONGA


Le gusta la danza de las colores?
Este teu vestido rodado,
ganhou dos ventos, as flores.
Os úmidos ventos que sussuram
nos ouvidos dos ninhos,
os sentidos mais profundos
das cores.
Voy a acordarme com ellos,
sorprendido por la lluvia,
sin un impermeable y un paraguas.
Neste teu vestido os interstícios
entremeiam as tonalidades e as
variedades ciganas entre seus bordados.
Voy a terner que acostumbrarme con
ellos sin llorar.
Vestido que me conduz à
minha infância, que me remonta
às danças rodopiantes sob
o aplauso das estrelas,
únicas testemunhas de um
tempo tão belo e distante.
De qué está hablando tu vestido?
Perco-me em buscar minhas
remotas lembranças, esmiuçá-las,
interpretá-las, lê-las, pelas
veredas ondulantes do teu vestido,
compondo uma esfinge de formosura.
Qué hermoso es! Caminé despacio
desde ayer. Me enseña sentimientos nuevos
con recuerdo antiguo. Tu vestido....

sábado, 13 de agosto de 2011

Bombeiros implodidos

Sos salário bombeiros do Rio de Janeiro,
sos salário, sos salário, sos salário, sos salário,
sos salário, sos salário, sos salário, sos salário,
sos salário, sos salário, sos salário, sos salário!!!!!!!!!!!!!

Bombeiros do Rio de Janeiro, sós!!!!!!!!!!!!!!!
Sos sós!!!! Sos sós!!! Sos sós!!! Sos sós!!!
Sos sós??? Sos sós??? Sos sós??? Sos sós???
Sós, sós, sós, sós, sós, sós, sós, sós, sós!!!!!!!!!!
Bombeiros sós, bombeiro(sos), sos sós, sos sós!?

Bombeiros soterrados

Soterraram os bombeiros do Rio
em cela amarga e sem claridade.
Eles que apagam as chamas,
não tem como dissipar o pavio
dos podres poderes e limpar as lamas
dos governos insensatos, dos déspotas
desumanos e ingratos!

Amordaçaram os anjos da sociedade
com trancas de ferro e metralhas,
eu nunca vi tanta maldade, tanta insensatez,
com estes arcanjos da guarda,
com os que dão sua vida pela cidade,
com os que enfrentam as múltiplas malhas
do fogo, do acidente, da tempestade.

Humilharam os bombeiros da cidade
que deixou por uns dias de ser maravilhosa,
que se vestiu com o manto da viuvez,
diante da perseguição e da escravidão sob fome,
sob o jugo indômito da terrivel banalidade,
de um governo que não respeita o homem,
nem está aí para o problema da sociedade.

Mas aqueles maldosos que bolaram esta trama,
não apagarão a idéia que tem a força de uma chama!

Ma vie

MA VIE
José Luiz Teixeira do Amaral
Si j'avais su que vous vinssiez,
je vous aurais attendu ma vie!
Je suis toujours trés fidèle aux
impressions de mon chemin mon amie.
Quel est l'homme le plus heurex?
L'expérience est la base de toutes
les connaissances de tous,
c'est la vie!
L'innocence est la beauté de l'existence.
Où vas-tu homme?
Adieu, monsieur, à demain,
je crois que j'irai jusq'a
la réconcillation avec ma vie,
ci-gît un fils chéri de l'universe!

Poema a João Paulo II

No princípio era o verbo.
O verbo era a palavra.
A palavra era boa.
O verbo era Deus.
O verbo estava em Deus.
O verbo estava no evangelho.
O evangelho era de João.
Depois o verbo virou ser.
O ser fez-se conhecer.
Mesclou-se entre os homens.
Não se deixou desaparecer.
O ser transladou-se em cartas.
Em cartas virou epístolas.
As epístolas eram de Paulo.
O ser abraçou o tempo.
Correu sobre os oceanos.
Reconheceram o ser.
O ser reconheceu-se no outro.
No outro também está o ser.
O ser difundiu-se no mundo.
O ser estava em João Paulo II.

Poeta envia carta poesia aos jovens de todo o planeta

Conversando ontem com dois jovens, aliás dois maravilhosos jovens, ambos estudando cursos superiores, sendo um Direito e o outro Psicologia, eles me revelaram que estavam impressionados com o meu grau de conhecimentos diversos em vários assuntos. Confesso que naquele momento eu fiquei chateado, digo sinceramente, pois não me considero nenhum gênio e nehum sábio, fiquei até mesmo sem graça. Falei-lhes que a única diferença entre mim e algumas pessoas, é que sou aberto ao universo, à amplidão do cosmo e talvez isto me dê possibilidades de abarcar mais sentido à existência. Porém, resolvi responder-lhes através de um poema, o sentimento que aquele diálogo me envolveu. Vejamos abaixo:
CARTA/POEMA
Quiçá tenha eu somente a paciência
envelhecida da chuva,
a convivência repetida do calor solar,
a cosmociência recebida do brilho estelar,
enquanto vocês vem com a força da semente,
com o vigor do colorido na textura do fruto,
com o esplendor contido no sorriso emergente
da juventude inquieta, palpitante e salutar.
Quiçá conheça caminhos serpentuosos com
desfiladeiros íngremes,
e tenha aprendido com os tropeços a me equilibrar
sobre suas trilhas,
saiba dos ventos marinhos trazendo suas vagas
recordações das caravelas ancestras,
dos piratas escondidos em seus tombadilhos,
da solidão permanente de algumas ilhas,
momentos ancorados em descanso e empecilhos,
porém, vocês revigoram as seivas das manhãs novas
e reluzentes,
reeditam o proclama da união com a esperança de
um mundo melhor, mais dividido e balanceado numa
nova equação,
pois a minha relatividade ainda tem um sinal de
igualdade,
que lhes possibilita encontrar a unicidade na
diversidade da aventura.
Não posso tomar-lhes as mãos e conduzir-lhes até
às grutas do mistério,
porém, posso falar mais sério, mais sóbrio sob
alguns fios de cabelos brancos,
depois de caminhar alguns anos trazendo em rugas
o carimbo destas andanças,
que ainda me adentro por estas grutas, sem medo,
abandonando por completo o fio de Ariadne.
Quiçá, neste comportamento, talvez possa ensinar-lhes
que mais vale a pena procurar do que encontrar,
pois o achado poderia se transformar num mausoléu
de ilusões.
Esta diferença entre o mais velho e o mais novo,
sempre finda num resultado contraditório,
somos mais antigos nesta lição necessária
de que navegar é mais preciso do que viver,
no sentido de que tenha mais precisão, mais
preciosidade.
Mesmo que tenhamos ainda a bússola, o astrolábio e
o quadrante,
para se equilibrar sobre as tempestades e o desconhecido,
por esta razão, quem é instruido na arte de navegar,
sabe ser preciso, aprende que cada instante suplanta
outro instante e não é possivel nem é interessante,
querer segurar o mundo com as mãos.
Quiçá tenhamos saído do teclado da máquina de escrever,
do movimento repetitivo dos grãos socados no pilão,
de reescrever todos os dias a giratória de moer os
grãos de café, após torrá-los ao sopro das brasas ardentes,
de ouvir o murmúrio desabafado do moinho d'água trabalhando
a canjiquinha,
de buscar na bica a água nossa de cada dia,
e conseguimos num salto navegar com vocês
na amplidão da tela plana de um computador,
mas o que afinal de contas, podemos dizer?
Os anos nos ensinaram a traçar com os olhos
várias diagonais e ter a sabedoria suprema
de fazê-las todas divergentes partindo de direções
múltiplas e opostas, mas de uma forma dificil de explicar,
onde todas nascem do mesmo centro,
e este lugar central, torna-se o ponto de encontro
de todas as coisas,
mesmo todas aquelas que estejam em planos divergentes,
encontrando-se umas às outras num rítmo fora de si,
porque compreendi que a razão essencial do cosmo
é que seu centro está em todos os lugares ao mesmo
tempo e sendo ao mesmo tempo um único centro.
Quiçá esteja eu aberto a tudo isto.

Instante

Se eu tivesse que viver contigo
mais um instante,
não ficaria tanto tempo sentado
naquela cadeira,
e se tão imensa a praia,
te tomaria pelas mãos e sairia
a caminhar pela areia,
e deixaria cair sobre nós
a tarde inteira,
com seu banho de penumbra e
sua esteira de estrelas.
Eu não ficaria muito tempo
a conversar contigo,
tanto tempo do sol já ter-se
posto,
não ficaria a ver navios,
nem imaginar suas âncoras estáticas,
seria mais lúcido beijar teu rosto,
e misturar-me contigo, como o mar
se mistura com o céu no levante,
não nos deixaríamos à mercê do tempo,
se pudesse ficar contigo mais um instante!
Se voltasse a viver novamente
este instante,
com certeza tocaria em tua face
reluzente,
mergulharia na luz castanha dos
teus olhos,
e diria para a estrela mais
distante,
que sou simplesmente um
jardineiro,
que te olha com ternura
no olhar,
e cuidando de cultivar uma rosa,
conseguiu florir o mundo
inteiro

Domingos Martins.... um poema

Adoro brincar,
brincar no hollos,
na sua pluralidade,
fechar os olhos e
viajar pela imensidade
do que está mais
perto de nós.
Brinco de ser sério,
apresento-me homem durão,
mas é só esbarrar em mim
e verão, que não faço
estátua por muito tempo,
em breve rolo no chão
como um menino brincalhão!
Não é brincar com a
palavra empenhada,
nem com os compromissos
marcados,
nem de dizer-te de longe
o que sinto,
pois com isto eu não brinco!
Brinco com o que há
de bom no mundo e nos
seus jardins,
embrenho-me no mais profundo
dos seus confins,
por exemplo, se bem que
exemplos não eram para
ser escritos e sim
guardados em caixas
de jasmins,
observando um inseto
e seus olhos de marfim,
sentindo as montanhas
tão perto,
sentado na praça de
Domingos Martins!

Itaguaçu nunca distante

ITAGUAÇU NUNCA DISTANTE
(Em homenagem à Diretora ProfªAraci Maria Hell Andrade)
Aqui dentro do meu peito,
em cada batida de meu
romântico coração,
eu preciso te perguntar
Itaguaçu nunca distante,
por que fizeste de tua
praça aconchegante
a menina dos meus olhos?
E esta calma lendária,
de antiga arquitetura
da frente do teu
Grupo Escolar?
Ainda tenho meus
brinquedos guardados
no armário(do meu
inconsciente),
junto com umas mangas
rosas, quando saltava
o muro do Padre José!
As tuas duas torres
da Igreja,
são duas labaredas
beijando o céu!
Onde estão as crianças
da minha infância,
que vestiram minha
alma de seda
e cobriram minhas
lembranças de
franjinhas e de
tranças?
O teu colégio no
recanto de minhas
recordações,
guardava no fundo
o castelinho onde
a gente morava,
e de onde eu mirava
o fenomenal,
e as montanhas no
distante,
formando a alcova de
um camelinho,
que embora fosse maior
que a cidade,
não tem nada a ver,
pois eu era menor
de idade
e maior de bondade.
Para trás ficou
o castelinho, assim
como desapareceu o cine,
não tem problemas,
resolvo com facilidade,
pois os entrego em
nome da saudade de
pour Aline.
Te carrego anos
após anos, na minha
alma,
e por incrivel que
alguém pense,
embora não tenha
aí nascido,
eu nunca deixei
de ser itaguaçuense.
José Luiz Teixeira do Amaral